Com esforço e vontade para ter a escola do filho em ambiente agradável e conservado.
JANAÚBA – A população de Janaúba, o segundo município mais populoso do Norte de Minas, já não suporta mais as desculpas do prefeito de Janaúba e de seus assessores em não resolver algo que vem deteriorando o bem público e provocando transtornos a todos. Neste sábado, dia 24 de março, os moradores decidiram mostrar ao prefeito e seu secretariado que é preciso ter coragem e força de vontade para atender o clamor público e conservar o patrimônio da municipalidade.
Numa demonstração de que nem tudo é difícil, as famílias exercem a função do gestor público em escola da prefeitura, em Janaúba.
Mães de alunos viraram pintoras e contribuintes pegaram pá, enxada e carrinho de mão e estão fazendo aquilo que seria atribuição do prefeito e dos seus assessores. Esses moradores trocaram o sábado de descanso em casa por atividade que se esperava do poder público. Janaúba está parada político administrativamente falando. Isso contraria uma conhecida frase cunhada em meio-fio de uma rua no centro desta cidade, “Janaúba não pode parar”. Pelo que se observa em todo canto da cidade é uma insatisfação do povo com a atual administração pública.
Diante da demora da prefeitura em tapar os buracos, moradores agem pela recomposição do asfalto na avenida da Saudade, bairro Esplanada, em Janaúba.
Indignados com a falta de conservação de uma unidade escolar, as mães de alunos colocaram a mão na massa. Isso foi na Escola Municipal Robinson Crusoé, no bairro Ribeirão do Ouro. Várias vezes foi reivindicada a pintura dessa escola que homenageia o falecido vereador Robinson Crusóe, que também foi odontólogo e contador em Janaúba.
As mulheres ficam com a parte mais difícil, lixar e pintar, na reforma da escola municipal do bairro Ribeirão do Ouro. A prefeitura, pelo que foi informado, apenas participou com a tinta.
Serviço de pintura nas salas de aula é feito pelas mães de alunos e professoras da Escola Municipal Robinson Crusoé, em Janaúba.
A comunidade escolar do Ribeirão do Ouro insistiu até conseguir convencer a prefeitura a atender o pedido. No entanto, o prefeito só garantiu as tintas. Alegou que não teria condições de arcar com a mão de obra para reformar ou pelo menos pintar a escola municipal.
Os funcionários da escola, entre eles professores, estiveram reunidos com a comunidade. Mães de alunos se prontificaram a arrumar a escola. Neste sábado, dia 24, elas trocaram a cozinha e os afazeres de casa para exercer a função de pintoras. Cada uma abraçou a tarefa em pintar as paredes e portas do ambiente onde os seus filhos estudam. Lá estavam as mães de alunos e funcionários da escola “dando um grau” na escola da prefeitura. Uma atitude louvável, mas que leva à reflexão qual seria o real papel da administração pública municipal.
Ao fundo, a estudante que foi ajudar a mãe na pintura de salas da escola que a Prefeitura de Janaúba alegou não ter condições de contratar pintor para realizar esse serviço.
Paralelamente à ação de garra e boa vontade das mães de alunos em reformar e preservar a escola pública, moradores de outro bairro também cumpriam a missão que seria atribuída ao gestor público municipal. Quem passou pela avenida da Saudade, bairro Esplanada, em Janaúba, neste sábado, dia 24 de março, presenciou um exército de voluntários com o intuito de eliminar os buracos na via.
Se a prefeitura alega não ter condições de designar profissional para a pintura, comunidade escolar decide em devolver o ambiente agradável à escola municipal do bairro Ribeirão do Ouro.
A avenida da Saudade é uma das principais vias de intenso fluxo de veículos nesta cidade. Os inúmeros buracos no asfalto eram propícios a se observar um trânsito de carros e motos em zigue zague quando era possível evitar o incômodo de passar pelos buracos o que, por si só, causam transtornos e até provocam danos nos veículos.
Os moradores, não importando a idade, realizaram a operação tapa buraco em trecho da avenida da Saudade. Eles colocaram terra com pedra e compactaram os buracos com a intenção em seguida lançar o material para recompor a pavimentação asfáltica. Em princípio uma medida paliativa, mas a demonstração de que é preciso mais seriedade e comprometimento com o bem público.
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