segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Brasil terá o Congresso mais conservador das últimas três décadas

A maioria das pesquisas dava como certa a reeleição de antigos “medalhões” do Congresso Nacional. Alguns especialistas chegaram a dizerque a renovação seria no máximo na casa dos 30%. Erraram.
No Senado, por exemplo, chegou a 87%. 46 dos 54 eleitos são novos. O perfil da composição de senadores e deputados federais que se desenha para a nova legislação é o mais conservador desde a redemocratização.
Esta “onda” liderada pelo presidenciável Jair Bolsonaro é melhor vista no fortalecimento do PSL, partido que em 2014 elegeu apenas um deputado. Com as migrações, atualmente tem 8 e nas eleições de 2018 formou uma bancada de 52 deputados dentre as 513 vagas, 10% do total. A primeira é do PT, com 56.
A nova cara do Parlamento é vista também com a explosão de popularidade de Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável. Ele tornou-se o deputado federal mais votado da história, com 1,8 milhão de votos em São Paulo. Flávio, o outro filho que concorria este ano, foi o Senador mais votado pelo Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, uma série de políticos que se antagonizam ao capitão do exército não se reelegeram ou tiveram votação pífia. Dilma Rousseff foi derrotada na disputa pelo Senado em Minas Gerais e Jean Wyllys, que chegou a cuspir em Bolsonaro no plenário amargou a 77ª posição, com 0,32% dos votos no Rio de Janeiro. Conseguiu sua reeleição somente por causa do coeficiente eleitoral de sua coligação.
Em grande parte, as denúncias da Lava-Jato tiveram forte efeito, e os partidos tradicionais, envolvidos com o esquema de corrupção, perderam muito de sua força, especialmente o MDB ( de 51 para 34) e o PSDB (49 para 29 agora).
Os tucanos foram reduzidos a 24 deputados, menor bancada do partido desde 1994. Já o MDB de Michel Temer foi reduzido pela metade: de 66 eleitos em 2014 para 33 deputados.
Bancada Evangélica também será renovada
Dentre as mudanças significativas, destaca-se a tentativa frustrada de eleição de vários membros da bancada evangélica. Seu atual presidente, Pastor Takayama (PSC/PR) não voltará a Brasília nos próximos 4 anos.
Alguns de seus membros mais conhecidos também tiveram uma redução drástica de votos ou não tiveram êxito no pleito. O caso mais emblemático é do senador Magno Malta (PR/ES), que acabou ficando de fora.
Acaba evidenciando-se que o eleitor não está preocupado somente com pautas morais e que o apoio da bancada a Temer, presidente mais impopular da história recente do país, teve um alto custo.

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